Bandidagem aposta nas ferramentas on-line, sem deixar de lado o telefone, para atacar vítimas
Não bastasse o medo e as incertezas geradas pela pandemia da Covid-19, os brasileiros também estão sendo obrigados a lidar com a ousadia dos criminosos. Com o isolamento social, oficialmente estabelecido no Estado (SP) a partir de março, o número de golpes pela internet ou por telefones cresceram de forma significativa segundo a Polícia Civil. Apesar de ainda não ter estatísticas fechadas deste período, o delegado da Seccional, Nestor Sampaio Penteado Filho, garante que crimes como fraudes de cartão de crédito, estelionatos, ofensas e phishings – quando hackers enviam e-mails que parecem ser de empresas reais, como bancos e até maliciosos – foram os mais comuns neste período.
“Justamente o fato de muitas pessoas terem ficado muito em casa, inclusive, em home-office, foi um prato cheio para os criminosos”, disse Penteado.
Foi justamente trabalhando em casa que a jornalista Delminda Aparecida Medeiros tornou-se uma presa fácil para a bandidagem no início deste mês. Atenta às pesquisas de trabalho no computador, sua ferramenta principal, Delma, como assina, deixou-se levar por um interlocutor que ela acreditou ser verdadeiro.
Ao atender uma ligação vinda do telefone fixo, Delma foi questionada por um homem, que se identificou como do setor de segurança do banco para confirmar uma compra.
“Como neguei, disse que meu cartão havia sido clonado e que ele o bloquearia por 15 minutos. Nesse tempo, era para ligar na Central de Atendimento, no número que constava no verso do cartão, liguei, o menu seguia os mesmos passos da central real, e fui passando os meus dados.” revelou Delma.
Segundo ela, o homem queria confirmar uma compra que estaria sendo feita em uma loja em Santo André no valor de R$ 1,8 mil.
A pergunta veio como uma bomba para a jornalista, que estava em sua casa e tampouco tinha perdido o cartão. Sua resposta foi não. Foi então que começou a descobrir o golpe. Com a recusa, o larápio conseguiu ludibriar Delma com o argumento para que ligasse na central.
Passado o tempo, Delma fez como o orientado e, acreditando que estava conversando com a Central do Cartão de Crédito, pediu o cancelamento e depois forneceu todos os dados pessoais.
“Foi solicitada uma carta de próprio punho, assinada, e que ela fosse colocada em um envelope fechado com o cartão cortado ao meio. Um motoboy foi retirar na minha casa. com a promessa que em dois dias depois um novo cartão chegasse em casa”, contou.
Entretanto, o novo cartão não foi entregue como o combinado e Delma detectou golpe.
“Liguei na central para avisar que o cartão não tinha chegado e foi aí que falei com a central verdadeira. Não sabiam de nada e disseram que não fazem esse tipo de cancelamento. Os criminosos passaram a tentar usar meu cartão, pois esqueci de cortar o chip. Comecei a receber várias mensagens no celular da operadora do cartão”, disse.
Pelo esquema, os criminosos clonaram o telefone da jornalista, que, por sorte, conseguiu bloquear qualquer tentativa de saque ou compras com seu cartão. Mas ficou para ela o medo do mau uso de seus dados pelos criminosos, inclusive de sua assinatura. Esse tipo de golpe, segundo a polícia, é muito aplicado em idosos.
Locação
Diferentemente de Delma, o autônomo Paulo Henrique Brejoni, de 42 anos, que trabalha com transporte de panfleteiros, se viu obrigado a recorrer à internet para locar sua Kombi, como forma de ter um rendimento durante o isolamento social. Ele buscou o site OLX para anunciar o serviço. Por três vezes, o aluguel deu certo, mas na quarta vez, Brejoni foi enganado.
“Pedi documentos com reconhecimento de firma em cartório e a pessoa apresentou. Não suspeitei que pudesse ser falso, pois comparei com os documentos originais apresentados. O homem queria por dois dias para entregar jornais. Disse que trabalhava para um grande jornal em São Paulo, mas terminou o prazo da locação e nada. Liguei nos números fornecidos por ele e nada. Minha Kombi sumiu”, contou.
Brejoni registrou Boletim de Ocorrência (BO) no 4° Distrito Policial (DP), no bairro Taquaral (Campinas/SP). Sua via crucis só teve um desfecho feliz porque na Kombi havia um rastreador. Com a ajuda da polícia civil, ele descobriu o paradeiro do veículo em São Paulo. O golpista havia vendido a perua, modelo 2011, avaliada em R$ 28 mil, pela internet por R$ 10 mil. O veículo foi recuperado e devolvido a ele.
“Agora não quero mais saber de locar pela internet. Fiquei com medo. Apesar do susto, sai no lucro, pois o golpista me pagou mil reais de caução e mais R$ 300 da diária.”
Serviço
Siga atentamente esses cuidados:
- Manter antivírus atualizado;
- Não instalar pen drives desconhecidos, pois podem ter vírus;
- Configurar senhas fortes no wi-fi pessoal;
- Alterar senhas se identificar algum comportamento suspeito;
- Criar usuários caso utilize um computador compartilhado.
Fonte: https://bit.ly/3hqb5XI
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